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O que podemos aprender com o marketing digital de Obama?

Postado em 22 de agosto de 2016
O que podemos aprender com o marketing digital de Obama?

Marketing político é uma área tradicional para especialistas e agências. Mas, feliz o político que sai fora da caixa e sabe que além de santinhos, propaganda eleitoral e uma boa identidade visual, usa a internet e sabe que não basta apenas divulgar seu nome, rosto e número para votação, mas enxerga uma ótima oportunidade de aproximar-se do eleitorado, estabelecer diálogo com os cidadãos e conseguir mais votos, especialmente em ano eleitoral.

Já não podemos ignorar a força do marketing digital, que acirra cada vez mais as disputas e, acredite, podem defini-las na urna.

Quem entendeu esse esquema e soube fazer isso direitinho foi Obama, lá em 2008, ano em que ele foi fenômeno de popularidade nas redes sociais durante o período de campanha das eleições presidenciais dos Estados Unidos, com direito a repeteco em 2012.

Vamos ver como tudo começou? Acompanhe os números:

OBAMINHA

Os números – 120 mil seguidores no Twitter, mais de 10 milhões de visualizações me um vídeo de campanha no Youtube… – podem até parecer baixos se compararmos com o alcance de uma mídia de massa. A diferença é que, na internet, as pessoas deixam de ser apenas espectadores para serem, antes de tudo, multiplicadoras de conteúdo e influenciadoras.

O público vê, compartilha, opina, cria, ou seja: também podem trabalhar a seu favor.

Uma prova disso, entre tantas outras nas campanhas de Obama, é o fato dele ter recusado financiamento público e ter contado com a contribuição de doações feitas pela web. Podia parecer loucura, mas com todo o trabalho feito, o resultado foi um comercial de 30 minutos nas três maiores emissoras de TV dos EUA, todos pagos em parte com dinheiro arrecadado por internautas.

Quer saber como a campanha de Obama funcionou além do arroz feijão das redes sociais? Confira.

Estratégias:

MyBarackObama.com, a rede social do candidato

Obama 7

A campanha de Obama não se contentou com as redes sociais existentes – e criaram uma própria. Nela, os eleitores podiam criar seus próprios tópicos de discussão, enviar recomendações, criar seu mini-site para arrecadação de doações, organizar eventos, etc.

Esse tipo de estratégia de livre discussão não só deu um espaço para os próprios eleitores, como deu aos assessores acesso a TODOS os dados dos participantes, assim, nenhuma informação era refém das redes sociais já existentes.

A coleta de dados pode ser tão eficaz, que os políticos podem saber exatamente com o que os eleitores se preocupam e dar prioridade a essas pautas em debates e publicações oficiais.

Widgets de doação diretamente nas redes sociais

Sabe aqueles botões de compartilhar no Facebook e em outras redes sociais? São widgets, ferramentas que permitem que você realize outras ações sem sair da página. Muito além dos compartilhamentos, a campanha de Obama criou um widget para doações. Fácil e sem burocracia.

Anúncios in-game

EarlyVotingBarackObama

 

Sabe quando você está jogando e aparece aquele anúncio? Obama e sua campanha estavam lá. Parece meio bobo e intrusivo, mas pode ser um ótimo jeito de fixar na memória de um eleitorado mais jovem.

Obama ‘08

App para iOS com conteúdo multimídia integrado com o site do candidato, notícias, agenda, notificações, etc.

Hoje, considerando o share sistemas operacionais de celulares, temos certeza que Obama não deixaria de fora todos os aparelhos que rodam Android. Mas não basta criar, é preciso interagir.

Interação é regra

Nada de transformar as redes sociais em palanque e os posts em comícios. Interação era (e sempre deve ser) a palavra de ordem. Em todas as redes sociais da Campanha de Obama, as mensagens enviadas pelos usuários eram lidas e respondidas, atitude que demonstrou para os eleitores que a participação deles era relevante para o candidato, interessado em ouvir o que eles quisessem falar.

Veja como os eleitores participaram:

YouBama

Canal onde os eleitores faziam o upload de vídeos falando porque votariam ou justificando sua decisão por não votar em Obama. Você percebe como nem tudo é feito para ser positivo? Havia um chamado aberto para dizer: “Eu não votaria no Obama, porque…”.

E justamente o porquê é o mais importante. Conhecendo claramente o motivo porque as pessoas não votariam no candidato democrata, podemos ajustar o discurso para conquistá-las. Atualmente, o domínio foi comprado por um blog de entretenimento.

Flickr

A galeria de Obama no site, em sua maioria, era composta por fotos tiradas pelos eleitores voluntários durante as etapas da campanha.

www.HopeAct.Change.com

Site interativo onde eleitores enviavam suas fotos, que se transformaram em um mosaico no vídeo mais famoso da campanha de Obama.

Obama Hope.Act.Change. Visualization from MRY Productions on Vimeo.

Design for Obama

Galeria de cartazes criada em 2008 e alimentada por artistas de todos os cantos dos EUA para ajudar Obama a ser eleito presidente. O candidato moveu tanto seus eleitores, que eles próprios começaram a produzir cartazes e material eleitoral.

Picture22

Analisemos os fatos:

Simpático e descontraído, porém ao mesmo tempo refinado no jeito de falar, Obama usou as redes sociais lindamente como ferramenta de campanha. Em 2008, ele estava presente em 16 redes sociais, mas compreendeu e ensinou o principal: o importante não é estar em todos os lugares, mas entender como cada um deles funciona.

Obama tornou-se o primeiro político do mundo a colocar a internet no centro da sua campanha eleitoral e o sucesso foi resultado de vários fatores.

Além de uma equipe de comunicação e marketing muito competente por trás de todas as ações, Obama é um homem culto, já tinha experiência na política, conviveu com diferentes etnias durante toda a vida (pai negro, mãe branca e padrasto asiático), além de ser um baita homem “de família” (Michelle Obama, quem não gosta?).

Texto & Design

Tudo isso já contava a seu favor, mas continuemos. Seus slogans “Yes we can change” e “Yes we can” traduziam perfeitamente o interesse dele em se aproximar do eleitorado e agir em conjunto com eles – exatamente a atitude que ele assumiu nas redes sociais para engajar e motivar os usuários, tornando-os seus eleitores.

Picture222

Visualmente, a campanha toda contou com design inovador, personalizado de acordo com cada tipo de eleitor e estado, e toda a comunicação foi minuciosamente planejada e segmentada. O trabalho de design gráfico da campanha de Obama era notavelmente superior e feito com mais cuidado e atenção do que tudo que vinha dos concorrentes.

A vitória é o fim do caminho?

A melhor parte dessa história é que o show de Obama nas redes sociais não terminou com as vitórias nas duas vezes em que foi eleito presidente. Mesmo hoje, sendo ele inelegível para as próximas eleições presidenciais depois de dois mandatos consecutivos, Obama continua atento às redes sociais.

48 horas depois da primeira eleição, lançou o Change.gov, um site para que os americanos enviassem sugestões e explorem sua opinião sobre o mandato. No portal, também eram detalhados os passos do presidente e postados princípios da administração pública para que a população pudesse se informar sobre o assunto.

É importante perceber que o marketing digital traz ferramentas poderosas, mas exigem esforço e tempo. Construir uma imagem, atrair usuários, cativar o público… Os resultados não serão imediatos e nada será feito da noite pro dia. É tudo construção.

Da mesma forma, nada de descuidar depois de atingir os objetivos traçados. É importante também seguir em frente para conservar os usuários que já foram conquistados. Não fazer isso é o mesmo que pegar todo o trabalho e jogar no lixo.

Obama, claro, entendeu isso também. Na sua página do Facebook, ele publica notícias, vídeos e fotos descontraídas, além de dar continuidade a debates abertos com os internautas. E ele continua atento à geração mais jovem e segue se atualizando: em janeiro deste ano, o presidente criou um perfil no Snapchat, já transmitiu os bastidores de discurso presidencial e tudo.

Isso sem contar todas as suas participações no Buzzfeed, vídeos virais e aparições como convidado em programas de auditório nos Estados Unidos. Obama é pop.

2016 é ano de eleições no Brasil

Fica aqui o exemplo da campanha de Obama  para os candidatos brasileiros que almejam assumir algum cargo político neste ou nos próximos anos.

A internet traz infinitas possibilidades para os políticos, permite que cada um deles se exponham, opinem, produzam conteúdo exclusivo, construam sua identidade e cativem o público. Sem contar que as redes sociais, diferentemente das plataformas tradicionais, permitem que os candidatos alcancem e dialoguem melhor com o eleitorado, além de ser uma estratégia economicamente mais viável.

Precisa dizer mais? Game on!

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